29/09/2020 | Analgésicos
Apesar de muito conhecidas pelos brasileiros, as arboviroses – doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes Aegypti –, como a dengue, chikungunya e zika, ainda causam muitas dúvidas em grande parte da população. Para entender como cada doença se comporta em nosso organismo e como é feito o tratamento, a médica especialista em dor, Denise Katz (CRM 63548-SP), responde algumas das principais dúvidas. Confira:
1. O Aedes aegypti é capaz de contaminar uma pessoa com três diferentes tipos de vírus?
Sim. O Aedes aegypti é capaz de transmitir diferentes doenças, de acordo com o vírus que o mosquito carrega. Entre os principais vírus estão: a dengue, chikungunya e o zika vírus.
2. Como cada doença transmitida pelo Aedes aegypti se comporta em nosso organismo?
A dengue é uma doença viral com período de incubação de 4 a 10 dias, que causa febre acima de 38º graus e ocorrência de manchas na pele a partir do quarto dia. Metade dos acometidos ainda sentem dor nos músculos. Outros sintomas comuns durante a doença são: dor de cabeça, dor atrás dos olhos e diminuição das células de defesa do corpo.
A chinkungunya é uma doença viral com baixa taxa de mortalidade e com grande caráter epidêmico. O período de incubação da chikungunya é de 3 a 7 dias em média, podendo variar de 1 a 12 dias. Há o surgimento de manchas no 2º ao 5º dia em 50% dos casos. As dores nos músculos são pouco frequentes e nas articulações são muito prevalentes com intensidade moderada/intensa. Durante a doença, também é comum o paciente apresentar dor de cabeça de média intensidade e pouca frequência de dor atrás dos olhos.
Já o vírus zika foi introduzido no Brasil a partir da segunda metade de 2014 e considera-se que a maior parte da população brasileira seja suscetível à infecção, por não possuir imunidade natural contra ele. Um dos principais sintomas apresentados são as manchas no corpo, que surgem em 90 a 100% dos casos, dores nas articulações que podem ocorrer na intensidade leve e moderada, dores de cabeça de intensidade média e coceira de forma intensa, além de dores atrás dos olhos. Na infecção pelo vírus zika, a diminuição das células de defesa do corpo não ocorre.
3. As arboviroses têm sintomas parecidos, o tratamento é o mesmo?
Apesar de apresentarem sintomas muito parecidos, a observância da intensidade de cada um deles e da ausência de outros pode agilizar o diagnóstico do médico e facilitar o tratamento adequado. Em casos de suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é fundamental procurar atendimento médico para descartar suspeitas, visto que cada uma das doenças pede um tempo de tratamento.
4. Qual medicamento é seguro para tratar arboviroses?
Não existe um tratamento específico para combater os vírus causadores da Dengue, Chikungunya e Zika, já que todos eles costumam ter uma vida curta no organismo humano. Contudo, é possível tratar os sintomas causados pelas Arboviroses, como dor e febre. O Ministério da Saúde considera seguro medicamentos à base de dipirona, como o Lisador Dip. Contudo, em casos de suspeita de infecção por qualquer um dos vírus da dengue, zika ou chikungunya, é fundamental procurar atendimento médico.
5. E quais medicamentos são contraindicados?
Os salicilatos, como o AAS (ácido acetilsalicílico) são contraindicados e não devem ser administrados, pois podem causar ou agravar sangramentos. Além dos anti-inflamatórios não-hormonais, bem como as drogas com potencial hemorrágico.
Bibliografia:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Febre de chikungunya: manejo clínico. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Febre do zika vírus: manejo clinico. Disponível em:< httpsss://portalsaude.saude.gov.br/../home/o-ministerio/principal/leia-mais-oministerio/ 1139-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/zika/17874-manejo-clinico>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: <httpsss://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/09/Microcefalia—Protocolo-de-vigil–ncia-e-resposta—vers–o-1—-09dez2015-8h.pdf>. Acesso em: agosto, 2020.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Febre pelo vírus Zika: uma revisão narrativa sobre a doença. Boletim Epidemiológico. 2015; 46 (26): 1-7. Disponível em: httpssss://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/agosto/26/2015-020-publica—-o.pdf. Acesso em: agosto, 2020.
Sobre Lisador Dip
Lisador Dip é um medicamento à base de dipirona, potente contra dores intensas¹ e febre². Indicado para dores de cabeça, abdominais e musculares²; pode ser utilizado em caso de doenças virais causadas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya³⁻⁵. Os cartuchos com 10 e 20 comprimidos e blister com quatro e oito estão disponíveis nas principais redes de farmácias e drogarias do Brasil.
Referências Bibliográficas
1. Gonzalez GJ. Revisión de las características farmacológicas y clínicas de la dipirona. Salud(i)ciência (Impresa)2009;17(3):220-223.
2. Bula do Produto: Lisador Dip.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Dengue: diagnóstico e manejo clínico (adulto e criança). Brasília-DF: 5º edição; 2016. Disponível em:<httpsss://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdf>. Acesso em: outubro, 2018.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Saúde de A a Z: Zika virus. [Internet]. Disponível em:<httpsss://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/zika-virus>. Acesso em: outubro, 2018.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Chikungunya: manejo clínico. Brasília-DF: 2017. Disponível em: <httpsss://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/chikungunya_manejo_clinico.pdf>. Acesso em: março, 2020.
Lisador Dip. Dipirona monoidratada. Comprimido. MS 1.7817.0842. Solução gotas. MS: 1.7817.0877. Indicações: analgésico e antitérmico. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Outubro/2020.